sábado, 3 de julho de 2010

[PB44] Consumo, consumidores ... seqüelas ambientais

Oikos: textos e contextos socioambientais (Org.: Daniel da Rosa Eslabão)
[Pelotas: Ed. Universitária/UFPel, 2010. 96p. (p. 11-29)]
CAPÍTULO INTEGRANTE DE OBRA-COLETÂNEA, ORGANIZADA EM TORNO DE TEMAS DE INTERFACE . NOSSA CONTRIBUIÇÃO DIZ RESPEITO À RELAÇÃO - POSSÍVEL DE EXPLORAR REFLEXIVAMENTE - ENTRE OS FATORES IMPULSÃO AO CONSUMO, ESTAMENTO SOCIAL E QUALIDADE AMBIENTAL. SUSTENTAMOS A IDÉIA DE QUE A SEGREGAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA, CONQUANTO CONDICIONE PADRÕES DE CONSUMO, NÃO REDUNDA EM "EFEITOS RESPECTIVOS" EM TERMOS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL. 
["Talvez a coisa se explique melhor em linguagem sistêmica. Imginem-se dois fatos - f1 e f2 - e entenda-se que f1 traduz-se pela verificada dificuldade em haver eqüidade social pela via da distribuição de renda. Mas f1 não se reduz a isso, pois tal dificuldade leva à outra espécie de empecilho: justamente àquele obstáculo aos movimentos verticais (desprivilegiados passando ao patamar dos menos desprivilegiados ou então aos degraus de cume, nos quais ser elite significa consumir plenamente). Imagine-se agora que f1 gera f2, sendo que este se caracteriza pelo seguinte: a) um "engessamento" de classes (circunstância estreitamente ligada à condição, que se supôs, de imobilidade vertical dos estamentos) e b) essa fixidez estamental fazendo surgir uma variável curiosa (o sentimento de pertença às classes). O detalhe que se deve capturar daqui é que o sentimento de pertença, uma vez que impulsiona o indivíduo de uma classe a comungar de valores e metas com os demais indivíduos pertencentes a esta mesma classe, engessa ainda mais os estamentos; isto é, por amarrar os atores em torno de planos de vida em comum (perspectivas de futuro, desejos e aflições), torna as fronteiras entre as classes muito mais difíceis de serem transpostas e, com isso, impõe barreira crescente ao movimento vertical (e lembre-se que a eqüidade social estaria na dependência deste movimento!). O que disso se deduz é uma correlação de tipo sistêmico, segundo a qual f1 gera f2 que, por sua vez, torna a gerar f1, configurando uma espécie de feedback ou retroalimentação positiva: riqueza gerando riqueza e pobreza gerando pobreza." (p. 15-16)]
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