O geógrafo francês Georges Bertrand esteve em Brasília na última semana. Na segunda-feira (04Out.) deu uma conferência no Auditório do Instituto de Ciências Humanas da UnB. Para uma platéia de estudantes de graduação em Geografia, falou sobre a ressurgência da "paisagem" na cena européia, como preocupação de atores políticos. Insistiu, porém, na necessidade de, dada a premência do tema, restaurar (formalmente) também o tratamento epistemológico do conceito. E isso, é claro, passaria por um reenquadramento metodológico da Geografia - notadamente, abrindo o horizonte do praticante na direção de outros domínios científicos e abordagens. Sua proposta resume-se no modelo, ou "sistema tripolar", GTP. Em função da perspectiva arbitrada pelo investigador, um dos ângulos pode pesar mais e condicionar os outros dois. De todo modo, as três frentes têm de ser cumpridas, sob pena dos estudos quedarem demasiadamente enviesados. (A base naturalista, das dinâmicas ecológicas, é contemplada na frente Geossistêmica; a ação sócio-econômica, dos processos políticos, é incorporada pelo ângulo do Território; enquanto que a representação sensível, das leituras culturais, define o aspecto da Paisagem).
Nos dia 05 e 06, Bertrand ministrou um mini-curso aos estudantes da pós-graduação. Na terça-feira, desenvolveu mais detalhadamente historiografia, epistemologia e metodologia dos Geossistemas. Na quarta-feira, deteve-se na frente paisagística, ressaltando o valor da percepção ambiental para a qualificação dos usos regionais do território.
Em saída de campo à cidade goiana de Pirenópolis (entre os dias 07 e 09), visualizando o caso ilustrativo das ocupações humanas da região, intuiu a necessidade dos geógrafos brasileiros engajarem-se em estudos científicos mais integrais - aqueles que , num fito de compreender as lógicas (entrelaçadas de G, T e P) da organização espacial local, jamais deixem de ser dirigidos pelas idéias-motrizes de democracia e cidadania.
Um comentário:
engraçado um pesuisador não indagar sobre....
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