quinta-feira, 18 de setembro de 2025

[PB 106] Ensino de (geo)ciência com carga epistemológica: como abordar a disputa entre cientistas?

 Revista de Geografia (PPGEO - UFJF, MG)

[volume 15, número 2, p. 440-467, 2025 - primeiro autor: Renato Bastos Rodrigues, Mestrado/UnB]
SÍNTESE DE UMA PESQUISA, NA QUAL FOI PROBLEMATIZADO O FATO DE CERTA PORÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA (MANIPULADA, ÀS VEZES, PELO CINISMO DE POLÍTICOS) ESTAR PONDO EM DÚVIDA A CREDIBILIDADE DA CIÊNCIA ESPECIALISTA EM PROPOR SUAS ALEGAÇÕES EXPLICATIVAS. É VISTO COMO "SUSPEITO" CIENTISTAS NÃO ESTAREM EM TOTAL CONSENSO ACERCA DE CERTOS FENÔMENOS - IGNORANDO-SE QUE A DINÂMICA DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO ENVOLVE, MESMO NO ÂMBITO PROFISSIONAL DA CIÊNCIA, DIVERGÊNCIA TEMPORÁRIA OU COEXISTÊNCIA DE HIPÓTESES. POR ISSO, É SUSTENTADO QUE SERIA PRECISO POPULARIZAR CONTEÚDOS SOBRE NATUREZA DA CIÊNCIA, A FIM DE QUE O GRANDE PÚBLICO (DEVIDAMENTE INSTRUÍDO SOBRE AS DIMENSÕES LÓGICAS E SOCIOLÓGICAS DA PRÁTICA CIENTÍFICA) NÃO FICASSE VULNERÁVEL A DISCURSOS DE GÊNERO COMPLOTISTA. FOI ENFATIZADO, NESTA PESQUISA DE MESTRADO, QUE UM ENSINO DE GEOGRAFIA FÍSICA CARREGADO DE EPISTEMOLOGIA PODERIA COLABORAR A ESCLARECER AS APARENTES "POLÊMICAS" SOBRE O TEMA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.
[extrato: Como fomento a esse tipo de imaginário conspiratório está o fato de que a própria comunidade científica, internamente, tende mesmo a apresentar dissenso entre pares quando o assunto em questão ainda possui explicações ou evidências controversas. Isto é, à opinião pública – dado que nutre a ideia de que cientistas devam ser profissionais estritamente guiados por racionalidade objetiva – pode soar “estranho” que, para dados assuntos, eles divirjam e sustentem teses contrastantes. E, por consequência, acaba sendo tentador cogitar que aqueles cientistas que, em especial, alegam coisas conflitivas com as suas crenças ou visões de mundo devam ser os partícipes de um complô contra os interesses do grande público. (442)]

Nenhum comentário: