quarta-feira, 13 de junho de 2012

[PB53] História da ciência geográfica: uma versão descritiva e um estudo de caso brasileiro

I Congresso Internacional Geociências na CPLP
[12-19 Mai. 2012, Universidade de Coimbra, Anais, p. 262 - segundo-autor: Mario D. de Araujo Neto, GEA/UnB]
*publicado também, em versão completa, como capítulo do livro Para aprender com a Terra: memórias e notícias de geociências no espaço lusófono [HENRIQUES, M. H. et al. (Coord.). Coimbra: Universidade de Coimbra, 2012. 416p. Livro 2: secção 5. (p. 403-412)]
VERSÃO SINÓPTICA DA EVOLUÇÃO DA DISCIPLINA, ENTRE O CONTEXTO DE SUA INSTITUCIONALIZAÇÃO (SÉC.19) E O ATUAL QUADRO DE PERDA DE CREDIBILIDADE CIENTÍFICA. NA COMUNICAÇÃO, SUSTENTAMOS QUE OS GEÓGRAFOS, A DESPEITO DE DOIS ENSEJOS OPORTUNOS AO APROFUNDAMENTO DO TÔNUS CIENTÍFICO (ISTO É, AS APROXIMAÇÕES VERIFICADAS COM AS CIÊNCIAS NATURAIS NO PERÍODO CLÁSSICO E NO PERÍODO PÓS-GUERRA), ABANDONARAM DELIBERADAMENTE O RECINTO DAS GEOCIÊNCIAS, CONVERTENDO-SE EM MEROS PREGADORES DE UM DISCURSO POLITICAMENTE CORRETO. A GEOGRAFIA BRASILEIRA É MENCIONADA COMO UM CASO EMBLEMÁTICO.
[extrato: "... por força de um contexto de regime político autoritário, o discurso oportunista vinculado à ideologia marxista terminou bem-sucedido na cativação daqueles que entenderam ser um dever da ciência geográfica denunciar iniqüidades supostamente intensificadas pelo regime. Resultou disso a marginalização e repressão do raciocínio alinhado com um modelo de ciência neopositivista. Conseqüentemente, desviada do caminho que naturalmente seguiria (o da linguagem mais sistemática), a Geografia brasileira quedou-se prisioneira de discursos em tom de prédica, os quais, por razões semânticas, não se prestam a testes ou à falsificação." (p. 262 - Anais)
"Nos referimos aqui ao fato de que, refutando a presunção de neutralidade dos positivistas, os críticos voluntariamente inauguraram um estilo de texto mais adjetivado. Apareceu, portanto, um gênero de assertivas construídas à base de juízos de valor – o que, num certo sentido, estabeleceu que o geógrafo podia fazer julgamentos morais. 'Subordinação do espaço aos interesses do capital'; 'apropriação perversa do território'; 'instrumento de dominação burguesa'; etc. Todas expressões comuns a um mesmo dialeto: o da delação. Decerto, os críticos pensavam estar, finalmente, dando relevância social ao seu trabalho; mas, restringindo‑se a um insistente discurso combativo, não acharam vez de também propor. Assim, sem oferecerem alternativas ao 'mal' capitalista, as vozes discordantes restaram estritamente denunciadoras, e pouco ou quase nada propositivas." (p. 409 - Livro)]
LINK: http://www.uc.pt/congressos/GeoCPLP2012/Programa/indices3livros/Livro2-AprenderTerra-GeoCPLP2012

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