terça-feira, 11 de setembro de 2012

[PB54] A nova geografia física bertrandiana (é possível tornar humanístico um fisiógrafo?)

Revista GeoNorte (Manaus)
[volume 3, número 7, p. 34-46, 2012]
VERSÃO TEXTUAL DE CONFERÊNCIA PROFERIDA NO "VII SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO E III IBERO-AMERICANO DE GEOGRAFIA FÍSICA" (MANAUS, 11-16JUN.), EM MESA INTITULADA "EPISTEMOLOGIA EM GEOGRAFIA FÍSICA". TRATA-SE DA DIVULGAÇÃO DO ESTADO ATUAL DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO DE GEORGES BERTRAND, O QUAL NOS PERMITE TRAÇAR UMA GENEALOGIA DO TIPO "GEOSSISTEMA>GTP>SPT" (EM QUE O "SPT", "SYSTÈME PAYSAGER TERRITORIALISÉ" FIGURA COMO, APARENTEMENTE, O MODELO SUCESSOR DA PROPOSTA TRIPOLAR DE 1991). O TEXTO TAMBÉM VEICULA DOIS DOCUMENTOS DE TRADUÇÃO INÉDITA EM LÍNGUA PORTUGUESA: A CARTA QUE ANDRÉ CHOLLEY (1886-1968) ENDEREÇOU A BERTRAND, CRITICANDO O TEOR "SISTEMISTA" DO ARTIGO QUE LOGO SERIA EDITADO (1968); E O CONTO "O VÔO DA POMBA" ("L'ENVOL DE LA COLOMBE"), ESCRITO POR BERTRAND, E QUE, EM TOM METAFÓRICO, FALA DA NECESSIDADE DE UMA PAISAGEM "MAIS PROFUNDA". NO ENCERRAMENTO DO TEXTO, NOTICIAMOS O RECENTE ENCONTRO DE BERTRAND COM ARMAND FRÉMONT - ENCONTRO QUE PODE RESULTAR, PROXIMAMENTE, NUM ARTIGO A QUATRO MÃOS, EMPREENDENDO O QUE, POR FORÇA DAS CIRCUNSTÂNCIAS, NÃO FOI POSSÍVEL NOS ANOS SETENTA: UMA MISCIGENAÇÃO ENTRE "GEOSSISTEMA" E "ESPAÇO VIVIDO".
[extrato: "Mais enciclopédicos, os saberes com os quais o geógrafo biofísico operaria o levariam, agora realmente, àquela 'globalidade' ansiada em 68. Pois que de volta ao cerne de seus argumentos, a paisagem em sua versão mais recente obtivera uma outra espessura, se a compararmos ao paysage clássico. 'Espessura' resultante da supressão de uma camada que se lhe incrustou com o tempo (a da estetização excessiva) e, consequentemente, do realce ou acréscimo de certas três novas camadas: o aproveitamento da Ecologia Científica (que, em outros termos, significa para Bertrand a 'renaturalização' de P); a habilitação a um juízo planificador (que, por sua vez, significa converter P – via ganho de dimensão territorial –, de mera noção, em instrumento propriamente conceitual ... útil, pois, a projetos de intervenção); e a consideração da perspectiva dos imaginários culturais (entendidos como influenciados pela ordem natural configuradora dos lugares e, portanto, relevantes aos projetos políticos de intermediação)." (p. 38)]
LINK: http://www.periodicos.ufam.edu.br/revista-geonorte/article/view/1900

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