domingo, 22 de dezembro de 2019

[PB84] Valores e circunstâncias do pensamento geográfico francês (parte dois): a “Nouvelle Géographie” segundo o testemunho de Joël Charre

Confins (Revue Franco-Brésilienne de Géographie)
[número 43, p. 1-17, Dez. 2019]
REGISTRO DO DEPOIMENTO DE UM DOS PERSONAGENS PROTAGONISTAS DO GRANDE MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO TEÓRICA E TÉCNICA DA GEOGRAFIA, EM SUA MANIFESTAÇÃO FRANCESA (ANOS 1970). OCORRIDAS EM MOMENTOS DISTINTOS (FEV.2017 E MAI.2018), AS DUAS ENTREVISTAS PROCURARAM ESTIMULAR A QUE O DEPOENTE REVELASSE DETALHES A VER COM SUA TOMADA DE CONHECIMENTO DO GIRO METODOLÓGICO, SUAS INICIATIVAS E EMPREENDIMENTOS - BEM COMO SUAS PONDERAÇÕES, A POSTERIORI, ACERCA DO SIGNIFICADO E DOS EFEITOS DA CHAMADA GEOGRAPHIE THÉORIQUE ET QUANTITATIVE (GTQ). ADEMAIS, AS COLOCAÇÕES DO PERSONAGEM CENTRAL AQUI (JOËL CHARRE) PUDERAM OPERAR AS FUNÇÕES DE CONTRASTE OU CORROBORAÇÃO DAS VERSÕES APRESENTADAS POR CHAMUSSY E BRUNET (PERSONAGENS DA PRIMEIRA PARTE).
[“A propósito dessa questão, que tende a problematizar as virtuais relações dos estilos de pensamento e de prática científicos com o viés ideológico dos regimes políticos (que, supostamente, os custeariam), uma série de notáveis publicações já soube desfazer algumas das imagens caricatas – como as que veem na GTQ, e no giro metodológico que ela representa, uma subserviência a gestões e idearios pró-capitalismo, ou um acatamento acrítico de postulados positivistas (Johnston, 1986; Faissol, 1989; Fotheringham, 2006; Kitchin, 2006; Lamego, 2010). Além de ser provável que identifiquemos em outros matizes epistemológicos da Geografia (que não apenas a geografia dos modelos sistêmicos e das técnicas matemático-estatísticas) pelo menos algum dos caracteres do sistema de pensamento positivista – processualística metódica, anseio de precisão, consciência de perfectibilidade, privilégio ao que seja necessário e útil, expectativa de uma explicação prospectiva etc. (Cupani, 1985) –, o próprio fato de importantes agentes da Nouvelle Géographie se dizerem 'de esquerda' (como de esquerda eram Otto Neurath e Rudolf Carnap, do Círculo de Viena) já exemplifica o fato de que as causas em prol de um modelo de ciência mais normativa e rigorosa não guardam necessária relação com um aventado 'conformismo político' (Richardson, 2009).” (p. 13).]
LINK: https://journals.openedition.org/confins/24885

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

[PB83] Valores e circunstâncias do pensamento geográfico francês (parte um): a “Nouvelle Géographie” segundo os testemunhos de Henri Chamussy e Roger Brunet

Confins (Revue Franco-Brésilienne de Géographie)
[número 42, p. 1-21, Dez. 2019]
REGISTRO DOS DEPOIMENTOS DE DOIS DOS PERSONAGENS PROTAGONISTAS DO GRANDE MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO TEÓRICA E TÉCNICA DA GEOGRAFIA, EM SUA MANIFESTAÇÃO FRANCESA (ANOS 1970). OCORRIDAS EM MOMENTOS DISTINTOS, AS ENTREVISTAS PROCURARAM ESTIMULAR A QUE OS DEPOENTES REVELASSEM DETALHES A VER COM SUAS RESPECTIVAS TOMADAS DE CONHECIMENTO DO GIRO METODOLÓGICO, SUAS INICIATIVAS E EMPREENDIMENTOS - BEM COMO SUAS PONDERAÇÕES, A POSTERIORI, ACERCA DO SIGNIFICADO E DOS EFEITOS DA CHAMADA GÉOGRAPHIE THÉORIQUE ET QUANTITATIVE (GTQ).
[“Acerca do lugar-comum de rotular a GTQ como corrente de caráter 'neopositivista', estiveram próximas da caricatura as posturas daqueles que adotaram ou negaram a etiqueta – provável efeito de imaginários equivocados sobre o que seriam as perspectivas positivistas (talvez devidos a uma aproximação da filosofia crítica continental, ao invés da filosofia analítica anglo-americana). Chamussy insiste em que a postura intelectualmente ponderada do GD lhes teria salvaguardado de qualquer imputação imprecisa: utilizar modelos estruturados matematicamente, ou empregar linguagem sistêmica, não os tornava positivistas.” (p. 16).]
LINK: https://journals.openedition.org/confins/23675

[PB82] Entre a geografia da ciência e a prática da ciência geográfica: uma narrativa sobre personagens de Montpellier, França

Confins (Revue Franco-Brésilienne de Géographie)
[número 42, p. 1-19, Dez. 2019]
REGISTRO DOS DEPOIMENTOS DE TRÊS PROFISSIONAIS QUE - POR PERSPECTIVAS DISTINTAS - ILUSTRAM A NOTÁVEL SINGULARIDADE DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA EM ATRAIR O ENGAJAMENTO DE CIENTISTAS AO SEU ÂMBITO PRÁTICO, NÃO APENAS RETÓRICO (SENDO QUE, ADEMAIS, TORNAM-SE NELE EXÍMIOS, PROFISSIONAIS CUJA FORMAÇÃO DE BASE NEM É DE FATO A GEOGRAFIA). EM DOIS DOS CASOS, SÃO PERSONAGENS PROCEDENTES DAS CIÊNCIAS NATURAIS, MAS QUE VIRAM NA GEOGRAFIA UM CAMPO FÉRTIL PARA ESTUDOS AMBIENTAIS APLICADOS E SOCIALMENTE SENSÍVEIS. O "GEOGRÁFICO" DA SITUAÇÃO APRESENTA-SE TAMBÉM NO FATO DAS TRAJETÓRIAS INTELECTUAIS CONVERGIREM PARA UMA CIDADE (MONTPELLIER, FRANÇA); SÍTIO QUE, HISTORICAMENTE, AMBIENTOU VÁRIOS OUTROS FEITOS E TRAJETÓRIAS.
[“É certo que Montpellier, contemporaneamente, inscreve-se mesmo muito bem como uma 'geografia' onde o espírito investigativo tradicionalmente ligado à ciência geográfica segue dando excelentes frutos – e sobretudo porque estes feitos resultam de um encontro fecundo entre geógrafos e 'não-geógrafos'. Por exemplo, em Montpellier se encontram 'Unidades Mistas de Pesquisa' fortemente baseadas num espírito interdisciplinar, e em que seus pesquisadores concertam seus projetos pelo uníssono dos ideários da gestão racionalizada e da extensão.” (p. 4).]
LINK: https://journals.openedition.org/confins/23570