sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

[PB 105] Filosofia (feminista) da ciência: a contribuição de Nancy Tuana

Revista Estudos Feministas (UFSC)

[volume 32, número 3, p. 1-13, 2024]
REALÇAMOS NESTE ARTIGO A PRODUÇÃO INTELECTUAL DE UMA EPISTEMÓLOGA QUE, POR SUSTENTAR UM EQUILÍBRIO AJUIZADO ENTRE OS VALORES COGNITIVOS E SOCIOCULTURAIS, SE APRESENTA COMO NOTÁVEL DEFENSORA DE UMA CIÊNCIA QUE DEVE SER PRATICADA CRITICAMENTE. NANCY TUANA É UMA FILÓSOFA ATENTA AOS VIÉSES QUE COMPROMETERAM A EFETIVA OBJETIVIDADE DOS EMPREENDIMENTOS CIENTÍFICOS. MAS, NEM POR ISSO, RENEGA A IMPORTÂNCIA DE UM COMPROMISSO COM A RACIONALIDADE.
[extrato: “(...) Tuana (1995) defende a ideia de que uma nova imagem de racionalidade para a ciência não substitua um viés por outro. Quer dizer, ela não deve deixar de ser marcadamente androcêntrica para ser, digamos, preferencialmente 'ginocêntrica' porque um retrato preciso passa por adotar uma concepção de racionalidade mais inteira; não parcial. Em outras palavras, há de ser considerada a atuação de uma verdadeira 'multiplicidade de sentidos' (...) Então, mais do que simplesmente o protagonismo de uma racionalidade imparcial, forças provenientes da 'empatia' e da 'intuição' demonstram que o conhecimento é fruto da atuação de corpos que, por serem diferenciados, aportam conteúdos distintos. E o fato é que essa heterogeneidade é muito enriquecedora para a ciência.” (6)]
Link:https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/93421

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

[PB104] Epistemologias do ressentimento: estudos críticos (para além do justificado) em história da ciência

XIX Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia

[29Jul.-02Nov. 2024, UFBA, Salvador, Anais, 14f.]
A PARTIR DE UMA LITERATURA QUE, SEM DESCONSIDERAR O VALOR DOS MOVIMENTOS REPARADORES DA IGUALDADE, SUSTENTA A NECESSIDADE DE MANTERMOS O IDEAL DE CIÊNCIA OBJETIVA, ARGUMENTA-SE SOBRE A FRAGILIDADE DAS TESES CALCADAS ESTRITAMENTE NA "SOCIOLOGIA" DA CIÊNCIA. UMA MIRADA ATENTA, POR EXEMPLO, APENAS AO PERTENCIMENTO RACIAL DE QUEM PRODUZ CONHECIMENTO TENDE A FAVORECER A IMAGEM (INJUSTIFICADA) DE PROCESSOS COGNITIVOS AUSENTES OU MERAMENTE COADJUVANTES NAS ETAPAS CRUCIAIS DE CONSTRUIR E DE VALIDAR TEORIAS.

[extrato: “E é interessante sublinhar (...) o fato de que uma alta carga de equívoco pode ser encontrada tanto no discurso de quem defende o direito à expressão de indivíduos 'identitários' (formadores de grupos historicamente silenciados por uma tradição autoritária), quanto no de quem defende o direito à simples expressão de indivíduos 'livres' (supostamente, uma maioria anônima, coagida a se calar em uma época de progressismo totalitário). Em ambos os casos veríamos expressões de um ideário conspiracionista. E poderíamos nos perguntar se é estritamente no segundo grupo – para o qual a tirania do politicamente correto estaria impedindo a expressão livre de uma 'hermenêutica pessoal' (sic) – que detectaríamos maiores chances de negacionismo científico.” (5-6)]
Link:https://www.19snhct.sbhc.org.br/anais/trabalhos/lista#D

[PB103] Ensino de epistemologia por contraste de aspectos: discernindo “natureza”, “imagem” e “uso” da ciência

XIII Encontro de Filosofia e História da Ciência do Cone Sul

[03-07 Jun. 2024, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Foz do Iguaçu, Brasil, Anais, p. 188-189]
PROPOSIÇÃO DE UM DISCERNIMENTO ENTRE TRÊS ÂNGULOS PELOS QUAIS A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO PODERIA SER MIRADA. COM VISTAS A TRABALHAR ESSA DIFERENCIAÇÃO EM CONTEXTOS DE ENSINO, A IDEIA É ESTIMULAR ESTUDANTES A PROBLEMATIZAREM OS ASPECTOS INTERNOS (NORMAS PROCEDIMENTAIS) E EXTERNOS ("PERCEPÇÃO SOBRE" E "USO DE" AS REALIZAÇÕES) DA CIÊNCIA.
[“(...) para o tratamento didático do segundo nível, que chamaríamos de 'imagem da ciência', caberia explorar alguns exemplos de visões reducionistas, desenvolvidas junto à população. Uma epistemologia sobre os imaginários envolve a consideração de conhecimentos em psicologia social – do que redundariam dados esclarecedores acerca do quanto as impressões sobre o que a ciência é (ou deveria ser) não necessariamente correspondem ao que ela, afinal, tem sido.” (189).]
LINK: https://www.afhic.com/pt/caderno-de-resumos/

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

[PB102] Les enseignants de géographie peuvent-ils faire de la communication scientifique ? (Rapport d'une expérience brésilienne)

Colloque International des Didactiques de l'Histoire, de la Géographie et de l'Éducation à la Citoyenneté (CIDHGEC24)

[12-14 Mar. 2024, Université de Nantes, Nantes, França, Anais, p. 40-41]
O OBJETIVO DESSA COMUNICAÇÃO FOI O DE DIVULGAR A INICIATIVA QUE PROFESSOR E ESTUDANTES DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA VÊM TENDO DE PROMOVER A IDENTIDADE CIENTÍFICA DA DISCIPLINA, MEDIANTE UM TIPO DE MÍDIA MUITO POPULAR ATUALMENTE: OS PODCASTS (DIFUNDIDOS VIA RÁDIO-WEB). A INTENÇÃO DESSE PROJETO É A DE APROXIMAR ESTUDANTES DE LICENCIATURA E JOVENS PROFESSORES DE ESCOLA, A FIM DE ESTIMULÁ-LOS A PRODUZIR, DE MODO COOPERATIVO, MATERIAIS COM CONTEÚDO EPISTEMOLÓGICO E COM POTENCIAL PEDAGÓGICO. 
[“(...) la conception de matériels utiles aux explorations didactiques s’est appuyée sur l’idée que tirer parti des nouveaux médias numériques pourrait contribuer à une plus grande diffusion auprès du public. Ainsi, en tant que produit de la première saison, des « podcasts» ont été enregistrés traitant de thèmes épistémologiques. Ces matériaux sonores ont été hébergés sur une plateforme en libre accès – une « webradio» que nous appelons Eratosthenes.” (40, g.a.).]
LINK: https://cidhgec24.sciencesconf.org/data/pages/Livret_des_resumes_.pdf

[PB101] Os conceitos de “estilo de pensamento” e “coletivos de pensamento” em Ludwik Fleck: um ensaio de aplicação ao caso da geografia teorética e quantitativa brasileira

Terra Brasilis [Nova Série] (Rede Brasileira de História da Geografia e Geografia Histórica)

[volume 20, p. 1-26, 2023]
DEMONSTRAMOS NESTE ARTIGO QUE OS CONCEITOS DE "DENKSTIL" E "DENKKOLLEKTIV" PODEM SUBSTITUIR, COM MAIS FORMALISMO, O EMPREGO QUE TENDEMOS A FAZER DE EXPRESSÕES VAGAS, QUANDO PRETENDEMOS DESCREVER A CONVERGÊNCIA DE GRUPOS DE GEÓGRAFOS EM TORNO DE CERTAS TEORIAS OU TÉCNICAS.
[extrato: “Nos habituamos a lançar mão de termos tais como 'escola', 'corrente', 'tendência' etc., toda vez que queremos nos referir a um sistema de pensamento (ou a uma prática científica) partilhado(a) por certo grupo ou agremiação discerníveis por época ou localidade (...) Acontece que esse emprego pode estar sendo negligente ou descuidado, no sentido de que não é garantido que seus usuários vão firmar um acordo formal com um sentido estrito para o termo (...) – sentido este atribuído por uma literatura especialista, por exemplo. Por isso, nos parece que a concepção de 'estilo', uma vez que está formalmente proposta por um praticante de ciência que também se inclinou para os estudos teóricos e históricos, acaba se apresentando como um recurso bem mais consistente e confiável do que aquela série de terminologias citadas.” (3)]
Link:https://journals.openedition.org/terrabrasilis/14698